COLUNA DE KALYENNE ANTERO - Que tipo de político você merece?

terça-feira, 14 de junho de 2016

Eu não gosto da generalização.

Não só por se tratar de uma dedução geral das coisas do universo, mas por nos deixar escravos do real impacto que a palavra causa em nosso meio social. É o pré-julgamento de achar que todo homem vaidoso demais é homossexual (o que não tem nenhum problema, sacas?), é achar que todo estudante que é sustentado pelos pais não quer nada com a vida, é o preço absurdo cobrado só pra você sentar um restaurante com uma comida que não pode nem ser chamada de gostosa, é o político que não vale nada.

A resposta ao título do texto pode parecer meio óbvia e você deve estar pensando “sim, eu mereço o político de melhor qualidade, afinal, cumpro com as minhas obrigações enquanto cidadão comum e exerço o voto, para ficar em ordem com a justiça eleitoral”. Mas eu, como simples aprendiz de fatos no cotidiano e humilde jornalista, acho que podemos, sim, começar desconstruindo alguns “mitos”.

Quero abrir parênteses para esclarecer que não é minha finalidade dizer que as pessoas não merecem políticos de bem e que venham a somar em nossa conjuntura social. Afinal, seria meio óbvio desejar e torcer por isso - ou não? A reflexão é em torno do que eu, você, nós temos feito e devolvido à sociedade para cobrar ferrenhamente do NOSSO político. Uma ação errada não anula a outra, é verdade. Mas que tal começarmos dando exemplos?

As pessoas preferem (e é também necessário) compreender os contextos através do empirismo, então, vamos lá: você, amigo (a), que é abençoado (a) de uma excelente visão e é capaz de perceber que algumas faixas pintadas nas ruas principais da cidade têm vagas reservadas para cadeirantes, por exemplo, mas insistentemente quer colocar o seu veículo ali. Afinal, são só cinco minutinhos - que podem acabar sendo estendidos por uma meia hora. Você pode ser um bom exemplo para essa estatística. A gente sabe que é o poder do seu imaginário gritando “Vai lá, cara, ninguém vai perceber que você ocupou uma vaga que não é sua. Se ninguém viu, tá tudo bem”.

Um caso curioso é que, dia desses, eu estava em uma fila de casa lotérica para pagar boletos de luz, internet, faturas da oi e outros tipos de continhas (a palavra é no diminutivo, mas os valores não...) que a gente deve quitar para obter serviços. Nessa fila, tinha uma senhora com, aparentemente, uns 65 anos de idade, o que por lei a asseguraria uma fila prioritária. No entanto, ela preferiu aguardar de forma bem tranquila a sua vez. Após uma troca de expressões e olhares, ela disparou: “Olhe, filha, eu prefiro esperar a minha vez. Não gosto de furar fila”. Na hora, achei “fofa” a atitude, mas logo senti um nó na garganta.

Como assim FURAR a fila, quando, na verdade, ela só estaria usufruindo de um direito? É aí que volto para o exemplo da vaga de estacionamento e chego a seguinte conclusão: tem muita coisa distorcida nesse mundo e, sinceramente, isso chega a dar um baita aperto no peito. Pensar no tipo de político que a gente merece – diga-se de passagem, eu também estou nessa multidão de pessoas – só assegura o quanto precisamos fiscalizar os nossos legisladores e, sobretudo, sermos o que cobramos dos outros: um bom exemplo, distante da tão temida “corrupção”.

A palavra foi usada em aspas como forma de chamar a atenção mesmo, pois diferente do que muita gente pensa, a corrupção está inserida em pequenas atitudes como roubar a vaga de estacionamento do vizinho, furar a fila (diferente do que essa senhora fez) até chegar aos escândalos e recebimento de propinas transmitidas na televisão. Os políticos devem obrigatoriedade prestar serviço a população, bem como serem íntegros através da transparência apresentando esclarecimentos de onde o nosso dinheiro está sendo depositado e investido. Mas será que eu tenho cumprido o meu papel como cidadã a ponto de falar unicamente que o meu político é corrupto?

Só mesmo um banho de chuva (e cadê a água?) pra lavar a nossa consciência de cada dia...

PALAVRAS DE SAÚDE Com o DR. André Brasileiro

domingo, 12 de junho de 2016


PALAVRAS DE MÉDICO
Nós, médicos, por vezes falamos menos que deveríamos!
Não por má fé, esquecemos que do outro lado do bureau está ALGUÉM que quer ouvir mais PALAVRAS que TERMOS. 
Justificamos, com o nosso "corre-corre", a nossa eventual ausência de pessoalidade com o nosso outro, no momento convalescente, e restringimos nossa consulta às perguntas médicas de praxe. 
Roboticamente, questionamos se a urina "tá clara", se as fezes "tão escuras", se doeu, se "desdoeu"...mas não perguntamos como foi o dia do paciente, como tem sido sua vida, suas conquistas pessoais, se seu filho superou o vestibular, até mesmo se choveu na sua "horta" (tenho grande número de pacientes do interior, que são agricultores, que adorariam conversar sobre isso...).
Algumas vezes, defendendo meu ponto de vista de que o paciente tem que ser nosso amigo, sou criticado por outros colegas (minoria, é verdade), que acham que o paciente "nunca" é nosso amigo, e será o primeiro a nos condenar na primeira oportunidade. 
Sou frontalmente contra essa idéia. Paciente pode ser nosso amigo sim. Tenho inúmeros amigos pacientes no facebook e sabemos, eles e eu, desempenhar cada qual sua função. 
Claro que amizade não se produz...mas se estimula!
Com humanidade, pessoalidade, companheirismo...com PALAVRAS!
Falemos mais, amigos MÉDICOS! Para que também tenhamos mais amigos PACIENTES!

André Brasileiro

PALAVRA DE SAÚDE - Com o médico urologista André Brasileiro - TERCEIRA IDADE

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

"O conhecimento torna a alma jovem e diminui a amargura da velhice. Colhe, pois, a sabedoria. Armazena suavidade para o amanhã." 
(Leonardo Da Vinci)
Com essa magnífica passagem do gênio italiano, abro meu texto de hoje, para conversar sobre a terceira idade.

Gosto desse termo, "Terceira Idade", não por ele tentar minimizar o peso da palavra "velhice" mas por ele trazer poesia às fases da vida. 

E é nessa poética "Terceira Idade", nessa "Bela Velhice", como diria a antropóloga Mirian Goldenberg, que boa parte dos meus pacientes se encontra, com o enorme privilégio de ter, entre eles, alguns que já ultrapassaram a barreira dos cem anos.

Quando fui adolescente, olhava para os mais velhos e questionava-me como poderia haver felicidade nessa idade. Pensamentos imaturos, por certo, que deixei há décadas atrás.

Hoje, vejo que a Bela Velhice pode ser um maravilhoso momento da vida, quando pode-se viver o presente com intensidade, olhando para o passado como uma bela estrada percorrida nos diversos saberes.

Pois é nessa idade de ouro que pode-se exercer a liberdade das próprias opiniões, lapidadas pelos anos de absorção de sabedoria, como disse Da Vinci.

Sendo assim, caros amigos mais experientes, tragam beleza à sua velhice, com a preservação da saúde física e mental. 

Nutram suas amizades, seus laços afetivos!

Vivam seu presente! 

Vivam a felicidade de envelhecer...


André Brasileiro
Urologista

PALAVRA DE SAÚDE - Com o médico urologista André Brasileiro - BEBÊ DE PROVETA

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

André, qual a diferença entre inseminação e fertilização, quando se fala em bebê de proveta?

Bem, amiga, em reprodução assistida, que a especialidade que ajuda os casais inférteis a terem filhos, existem graus variáveis de técnicas, de acordo com a sua complexidade.

A INSEMINAÇÃO INTRA-UTERINA é a técnica menos complexa, que consiste na deposição dos espermatozóides no útero, com a utilização de um cateter. Para esses casos, é necessário que o homem tenha um espermograma normal ou, pelo menos, uma diminuição moderada dos espermatozóides, pois são necessários um mínimo de 5 milhões por ml após a preparação do sêmen (que chamamos de capacitação). Está indicada, principalmente, nos casos em que a mulher apresenta alterações no muco e a taxa de sucesso média é de 50% após seis tentativas.

Já a FERTILIZAÇÃO IN VITRO é mais complexa, requerendo que se aspire folículos com oóocitos da mulher e os coloque próximos dos espermatozóides do parceiro, em ambiente laboratorial, facilitando a aproximação entre eles e a consequente fertilização e formação de pré-embriões. Depois, transferem-se esses pré-embriões para o útero da mulher. Essa técnica pode ser utilizada para casos mais difíceis de infertilidade, com número de espermatozóides entre 1 a 5 milhões por ml (após a capacitação do sêmen), em casos de obstrução tubárias nas mulheres ou nas situações em que houve falha da INSEMINAÇÃO INTRAUTERINA. Sua taxa de sucesso chega a 75% após 3 tentativas.

Existe ainda uma terceira técnica, ainda mais complexa, que consiste na colocação de um espermatozóide dentro de um oócito, formando um embrião. É a INJEÇÃO INTRACITOPLASMÁTICA DE ESPERMATOZÓIDE ou simplesmente ICSI. É feita nos casos mais severos de infertilidade e suas taxas de sucesso também situam-se em torno dos 70%.

Enfim, são essas as técnicas disponíveis para ajudar na reprodução humana. 
Mas, lembre-se, amiga!

Ser pai ou mãe não é conceber. É criar ! 

Os filhos adotivos são nossos filhos tanto quanto os que concebemos por via natural ou com a ajuda da ciência...


André Brasileiro
Urologista

PALAVRA DE SAÚDE - Com o médico urologista André Brasileiro II

terça-feira, 19 de janeiro de 2016


André, minha urina está bem amarela. Devo me preocupar?
Bom dia, amiga.

Se é apenas a cor que chama sua atenção, sem qualquer outro sintoma associado, é provável que sua urina esteja apenas mais concentrada, decorrente de baixa ingestão de água.

Nossa urina muda de cor por diversos fatores porém alguns deles são simples reflexos do que bebemos ou comemos. 

Recentemente, li uma pequena reportagem em uma revista de saúde que fazia um perfil interessante sobre as cores da urina, chamando "Os Sete Tons do Xixi", numa lógica alusão aos conhecidos tons de cinza apimentados que vcs conhecem.

O que foi válido no texto é que ele resumiu facilmente as mais frequentes cores da urina, indo do ligeiramente amarelo (seria a cor ideal) até o vermelho (que pode ser a velha beterraba de guerra), passando pelo transparente (sugere excesso de hidratação), laranja, azul e até verde (decorrentes de corantes existentes em remédios e suplementos, como também em alguns legumes).

No fim, fica a minha sugestão. Se a cor permanecer alterada, vale a pena uma consulta com um urologista ou nefrologista.


André Brasileiro
Urologista

Khronos Educacional acompanha alunos em viagem a Assunção para preparação academica

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

A equipe administrativa da Khronos Educacional, tendo a frente o seu Diretor Geral e Jurídico Dr. Daniel Amaral acompanha mais de 140 alunos da Instituição, que pertencem aos centros educacionais dos Estados da Bahia e de Sergipe e que realizam as suas aulas presenciais em Assunção no Paraguai, sede da Universidad Interamericana, referencia em Educação a Distancia no Mercosul. São alunos dos cursos de Mestrado em Ciências da Educação e também em Saúde Publica.

 Os Alunos do Mestrado cumprem a carga horaria presencial na sede da Universidad Interamericana em Assunção e recebem o apoio total da Khronos Educacional, com as questões pedagógicas, jurídicas e de logística, e permanecerão por cerca de vinte dias com aulas na Universidad, dentro do que preconiza a legislação sobre pós-graduação no Mercosul, segundo o diretor da Khronos é oferecido aos alunos toda estrutura da Interamericana e o acompanhamento da Khronos facilitando o desempenho do Mestrando.

- Fazemos questão de acompanhar nossos alunos em Assunção, para passar além da tranquilidade jurídica e administrativa da Khronos, tambem nossa logistica e parceria, somos hoje representantes da Universidad Interamericana no Brasil, e estamos ampliando nossos horizontes de atuação e a demonstração de satisfação de nossos alunos é de suma importância, disse Daniel Amaral.

O acompanhamento ao consulado brasileiro no Paraguai, as questões juridicas para o visto de estudante e outras documentações são acompanhadas de perto pelo departamento jurídico da Khronos, possibilitando à dedicação exclusiva do aluno as aulas presenciais na Universidad Interamericana.

- Estamos acompanhando todos os passos de nossos alunos e disponibilizando o encaminhamento de documentos e ações em Assunção, e já preparando toda logistica para as próximas turmas que irão em julho deste ano e janeiro de 2017, com alunos de vários Estados do Brasil, concluiu Daniel Amaral.

PALAVRA DE SAÚDE - Com o médico urologista André Brasileiro

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Doutor, por que você não está olhando nos meus olhos?
Certa vez, atendia um paciente com deficiência visual, em exames de rotina para a prevenção do câncer de próstata. Ele nada enxergava pois perderá a visão em decorrência da diabetes.

Eu era mais jovem e, por certo, menos experiente, e perguntava suas queixas sem levantar os olhos do papel. 

Como o paciente tinha excelente audição, perguntou-me por que não olhava nos seus olhos ao falar, uma vez que assim se sentiria melhor atendido. Envergonhado, pedi desculpas e passei a conversar olhando nos seus olhos...


Essa cena ocorreu há mais de 10 anos mas segue tão atual na minha memória, sempre fazendo-me erguer os olhos para melhor "ouvir".

E não olhar nos olhos do nosso paciente tem sido um recorrente deslize de nós, médicos. 

O filósofo Jean-Paul Sartre já falava isso em seus textos. Dizia que nossa existência é confirmada pelo olhar do outro.

Aprendi isso com uma pessoa que não enxergava...


André Brasileiro
Urologista